Quem não tem ou nunca teve um eletrodoméstico da AEG
em sua casa? Já se perguntaram qual será a história desta empresa? Deixo-vos aqui
um pequeno historial.
A
AEG (Allgemeine Elektricitäts-Gesellschaft) foi uma das mais importantes
empresas eletrotécnicas da Alemanha. Uma empresa que conseguiu subsistir
durante todo o século XX e que mesmo em tempos de crise teve uma grande
importância na economia alemã, sendo sempre sinónimo de qualidade e modernismo.
Em
1881, por ocasião da Exposição Internacional de Eletricidade, que teve lugar em
Paris, o americano Thomas Edison apresentou a sua lâmpada de incandescência com
todos os dispositivos necessários e as instalações de distribuição de corrente.
O engenheiro e industrial Emilio Rathenau, compreendeu rapidamente as
possibilidades ilimitadas das patentes de Edison e em 19 de abril de 1883
fundou a «Sociedade Alemã Edison para Aplicação da Electricidade» que mais
tarde, em 1887, mudou a sua denominação para Allgemeine Elektricitäts-Gesellschaft (AEG).
Em
1884, estabeleceu a sua primeira fábrica em Berlim. Em rápida sucessão, a nova
entidade instalou redes de iluminação, primeiro, na capital e depois noutras
cidades alemãs.
No
final do século XIX, na sua fábrica já se produziam alguns aparelhos eletrodomésticos.
O Catálogo AEG correspondente ao ano de 1895 continha cerca de 60 modelos
distintos.
Uma das fortes características dos eletrodomésticos
era seu design, nele estiveram
envolvidos artistas e técnicos em estreita colaboração. O grande mentor do design de equipamentos na AEG, foi Peter
Behrens, que trabalhou na empresa entre 1903 e 1914, tendo sido nomeado diretor
artístico em 1907. Behrens representou o relacionamento crescente entre arte e
a indústria no início do século XX. As suas primeiras pinturas e trabalhos
gráficos foram influenciados pela Jugendstil, um movimento cultural
alemão semelhante à Arte Nova, de finais do século XIX. Foi o primeiro
“designer de empresa”, ou seja, o primeiro a ocupar-se de toda a imagem de uma
companhia e do que ela projeta para o público. Behrens também assegurou que
houvesse uma identidade em todos os outros elementos de produção da empresa, da
arquitetura à publicidade.
A
partir da década de 1950, os aparelhos eletrodomésticos deixam de ser artigos
de luxo, restritos a uma classe mais abastada. Numa conjuntura de pós-guerra em
que era necessário revitalizar a economia alemã, começaram a ser produzidos em
série de uma forma mais estandardizada e massificada.
A produção em massa tornou os bens acessíveis a um
mercado mais amplo, mas também deixou os operários das fábricas com um
sentimento de alienação, pois o seu papel no fabrico reduziu-se a uma tarefa
anónima e repetitiva.
A
AEG soube adaptar os modelos de cada aparelho às exigências do tempo moderno.
Foi necessário que as funções dos diferentes eletrodomésticos se submetessem,
cada vez mais, aos imperativos da automatização para cumprir as exigências da
racionalização das tarefas domésticas.
O
sistema de produção em massa acabou por exercer uma influência permanente sobre
o processo de design, com a padronização de peças de fácil montagem e a linha de
montagem móvel. A padronização e a
intercambialidade de componentes estabelecidos por Behrens foram cruciais para
o sucesso da empresa que se baseou num design
simples, mas elegante.
A
AEG dissolve-se definitivamente em 1996, no entanto, é uma marca que continua
no mercado, pois vendeu o seu património a outras empresas, entre elas a
Electrolux, Siemens AG e Bombardier Transportation.
Fonte: AEG, 75 Anos (1958)
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