O Sanatório
Sousa Martins, inaugurado a 18 de maio de 1907, foi o primeiro equipamento de
saúde criado pela Assistência Nacional dos Tuberculosos, sendo o projeto
inicial do complexo hospitalar da autoria do arquiteto Raúl Lino.
O Sanatório
marcou bastante a história da cidade da Guarda a nível sócio-económico, devido
à sua importância no combate e prevenção do problema da tuberculose em
Portugal. Ao longo da sua existência tornou-se um equipamento de referência na
área científica e social, tanto a nível nacional como internacional.
O complexo
abrangia uma área de cerca de 27 ha sendo constituído por três pavilhões de
internamento, quatro moradias bifamiliares, uma capela de estilo neo-gótico,
residência da administração, lavandaria, pavilhão de Raio-X, e mais tarde, nos
anos 1950, foi construído um novo pavilhão com capacidade de internamento para
300 doentes. Para além das edificações, o espaço, fechado ao exterior, incluía
jardins e matas com várias espécies florestais, lagos, fontes, grutas e pontes
de inspiração romântica.
O seu
funcionamento regia-se segundo a famosa trilogia de Brehmer: “ Ar puro, repouso
prolongado e alimentação substancial”.
No Sanatório
foi, também, criado um Centro Educacional e Recuperador dos Internados cujo
principal objetivo era orientar e ensinar aos doentes uma profissão adequada ao
seu estado de saúde, o que permitia também ocupar o doente durante o longo
período de internamento e criar meios auxiliares de subsistência da família.
Neste contexto, foram surgindo no complexo, uma biblioteca, um salão para
projeção de cinema, oficinas de serralharia, mecânica, marcenaria, relojoaria e
de electrotecnia.
A
necessidade de comunicação entre doentes levou à montagem de intercomunicadores
e de um emissor, a partir do qual, era possível transmitir notícias, música e
palestras para as restantes dependências do sanatório. Foram estas emissões,
que estiveram na origem da Rádio Altitude, iniciada oficialmente a 29 de julho
de 1948.
Após o
encerramento do Sanatório Sousa Martins, em 1974, o espaço e edifícios passaram
a ter diferentes ocupações, constituíndo o Parque de Saúde da Guarda.
Em 2004, o
complexo do ex-Sanatório foi classificado como Imóvel de Interesse Público.