A programação museológica é
essencial para definir a posição do museu no panorama atual e a pertinência da
sua criação, sendo que a redação dos programas exige um entendimento e uma
reflexão profunda sobre as necessidades do museu.
A evolução do conceito de museu e
o aumento da sua complexidade tem levado os investigadores a utilizar estudos e
métodos de programação já utilizados noutras empresas e instituições. Segundo
Francisca Hernández poderemos definir programação como “a reflexão lógica que
deve preceder a execução de um projeto”, sendo imprescindível para elaborar
qualquer projeto museológico, seja na criação de um novo museu ou na
reprogramação de um já existente. O resultado final deve ser a perfeita
adequação entre o programa e todo o projeto.
Deve ter como base o estudo
exaustivo e programação de três domínios fundamentais: pessoas, coleções e
arquitetura. Estes três aspetos devem ser abordados em simultâneo quando se
trata da criação de um novo museu. Para a sua formulação é necessário definir
uma única e clara metodologia de trabalho e deve ser elaborado por uma equipa
multidisciplinar, por profissionais das diferentes áreas de funcionalidade do
museu.
A primeira etapa de programação
consiste em descrever e analisar o que existe para posteriormente formular os
objetivos. A análise deve recair, sobretudo, sobre a história do museu, o
estado das coleções (natureza, inventário, política de incorporações, restauro),
na localização do museu (o seu lugar na cidade e as redes de relações), e na
análise de públicos e das atividades desenvolvidas.
Um programa museológico incide
sobre as várias áreas e funções da instituição museológica sendo constituído
pelo Programa Institucional, Programa de Coleções, Programa de Difusão e
Comunicação, Programa Arquitetónico, Programa de Segurança, Programa de
Recursos Humanos e Programa Económico. Todos os programas devem estar
articulados entre si e deverão ser elaborados paralelamente até à abertura do
museu. A conclusão da elaboração do Programa Museológico, no caso da criação de
um museu, culmina na sua inauguração, no entanto, a sua abertura intensifica o
desenvolvimento dos projetos museológicos, o Programa Museológico não poderá
ser um documento estático, deve ser alvo de uma constante atualização e
adaptar-se às novas exigências que a sociedade contemporânea impõe.